Helga do Nascimento de Almeida 1
Simone Piletti Viscarra2
Professoras adjuntas de Ciência Política no Colegiado
de Ciências Sociais da Universidade Federal do Vale do
São Francisco
Localizadas no sertão brasileiro, Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia, estão no coração do sertão nordestino e formam juntas o segundo maior pólo populacional da região (perdendo apenas para Fortaleza (CE)) e representam o maior pólo exportador de frutas do Brasil. Situação que exigiu que em 2001 o Ministério do Desenvolvimento Social criasse o RIDE (Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento) do Pólo Petrolina-Juazeiro3 para promover projetos de cunho econômico e de infraestrutura para que a localidade continuasse a se desenvolver. Esse RIDE agrega 8 cidades e tem população de 690 mil habitantes, dos quais aproximadamente 85% vivem em Juazeiro-Petrolina (IBGE, 2010). Hoje Petrolina, com 124 anos de existência, possui uma população estimada de 349.145 habitantes (IBGE, 2019), IDHM de 0,697 e uma renda média de 2,1 salários mínimos (IBGE, 2017) entre os trabalhadores formais. Também com dados positivos, Juazeiro, com 141 anos, possui uma população estimada de 216.707 habitantes (IBGE, 2019), IDHM de 0.677(IBGE, 2010) e uma renda média igual a de Petrolina (IBGE, 2017) entre os trabalhadores formais. Desse modo, juntas, os municípios somam 565.852 habitantes e um IDHM considerado médio4 .
Em termos políticos as cidades possuem dinâmicas próprias e distintas (CHILCOTE, 1990; SANTOS, 2002). Petrolina possui uma trajetória política mais endógena, pouco porosa e muitas das famílias de poder econômico e político que chegaram na cidade ainda no século XIX permanecem até hoje em cargos públicos municipais. Com um modelo de representação político mais dinâmico, desde o início do século XX, Juazeiro se caracteriza por ter uma maior pluralidade de incumbentes e partidos nos cargos municipais (CHILCOTE, 1990). Atualmente a prefeitura de Petrolina é ocupada por Miguel de Souza Leão Coelho, de família tradicional da política local, eleito pelo PSB e desde o início do ano filiado ao MDB. Em Juazeiro, a prefeitura é administrada por Marcos Paulo Alcântara Bomfim, recentemente filiado ao PT, mas eleito dando sequência à trajetória do PC do B frente ao cargo.
Novo Coronavírus no sertão nordestino: reações rápidas das prefeituras
A distância entre as cidades é de apenas 800 metros, separadas apenas pela ponte Presidente Dutra que atravessa o Rio São Francisco. Por isso vários aspectos da vida social, cultural e econômica das duas se misturam. Portanto, em relação às questões sanitárias, que inclui o combate à pandemia do Novo Coronavírus, é vital que os municípios possuam o mesmo posicionamento para que as medidas sejam, de fato, efetivas. E foi exatamente isso que ocorreu. A concordância sobre a necessidade de alinhamento de medidas pôde ser observada desde o início dos planos para o enfrentamento do Novo Coronavírus nas cidades. Antes mesmo de casos confirmados de Covid-19 nos municípios, ambas as prefeituras tomaram providências focadas e claras para o enfrentamento da pandemia. Inclusive antes mesmo de algumas grandes capitais brasileiras, como Salvador, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, entre outras.
A primeira medida institucional oficial veio da prefeitura de Juazeiro, em 13 de março, por meio de decreto (Nº217/2020), que visava evitar o surto de Covid-19 e combater também o surto de H1N1 já identificado na cidade. Entre as medidas estipuladas no decreto estavam a suspensão de eventos com público superior a cem pessoas e que exigissem licença do Poder Público; a suspensão de atividades educacionais em todas as escolas da rede municipal e a mesma recomendação para as instituições de ensino público e privado; além disso bares e restaurantes tiveram que assumir protocolos de distância mínima entre as mesas (2 metros). Em 17 de março, no Decreto Nº241/2020, a prefeitura decretou estado de emergência em saúde pública no âmbito de todo o território do Município de Juazeiro.
Em Petrolina, o prefeito Miguel Coelho se manifestou pela primeira vez sobre a situação por meio do Decreto Nº011/2020 de 14 de março. Em comparação com sua vizinha, esse decreto continha medidas mais moderadas. No decreto, inclusive, foi listada uma série de justificativas para a não assumpção de medidas contundentes a priori, como o fato de 80% a 85% dos casos de contaminação não necessitarem de hospitalização e o fato da Sociedade Brasileira de Infectologia ainda não recomendar o fechamento de escolas, faculdades e escritórios. No entanto, um dia depois foi redigido o Decreto de Nº012/2020, no qual a prefeitura mudava os rumos e salientava que havia chegado o momento da tomada de medidas mais enérgicas, já que havia casos de pessoas infectadas no estado de Pernambuco e que na própria cidade os casos suspeitos passaram de um para nove. O desdobramento foi a decretação de estado de emergência de saúde pública no município. Ainda no decreto ficou disposto que o Comitê de Operações de Emergência em Saúde Pública poderia adotar em qualquer momento a decisão de isolamento, quarentena, determinação de realização de exame, testes laboratoriais, coleta de amostras, vacinação e tratamentos médicos, assim como estudo ou investigação epidemiológica, exumação e cremação de cadáveres; e até a restrição excepcional de entrada e saída do Município e a requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas. Uma série de atividades foram suspensas ou tiveram recomendação de suspensão, por exemplo, as aulas na rede municipal de ensino e rede particular, também eventos de natureza cultural, política e religiosa, cinemas, academias de ginástica e teatros, entre outras.
Coordenação entre Juazeiro e Petrolina, medidas sanitárias tomadas e foco no isolamento social
Após as declarações de estado de emergência em saúde pública uma série de medidas foram tomadas pelas cidades. Tanto Paulo Bomfim, prefeito de Juazeiro, quanto Miguel Coelho, prefeito de Petrolina, têm dado respostas contundentes compatíveis com recursos moderados que possuem.
Ainda em 19 de março os prefeitos de Juazeiro e Petrolina se reuniram para celebrar parceria no combate ao Novo Coronavírus. A medida chama a atenção para o esforço de diálogo e cooperação empreendidos pelas duas prefeituras, mesmo tendo como prefeitos dois incumbentes de partidos políticos diferentes. Além disso, foi estabelecido que as equipes de saúde dos dois municípios estreitariam a relação já existente e compartilhariam as informações sobre os casos.A prefeitura de Juazeiro tem ainda informado diariamente em seu site e redes sociais o número de casos suspeitos, casos confirmados e óbitos pela doença Covid-19. Já a prefeitura de Petrolina tem usado seu portal na internet para dar os informes.
Em 7 de Abril o prefeito de Juazeiro decretou estado de calamidade pública no Município até 31 de dezembro (Decreto Nº320/2020). O documento justificou essa tomada de decisão considerando, entre outros pontos, o fato de que a omissão do município poderia gerar um grave transtorno à saúde coletiva e a responsabilização de seus agentes e do próprio Município. Além disso foi citada a localização geográfica da cidade, que está em zona fronteiriça com o Estado de Pernambuco, onde ocorre situação de avanço muito rápido da transmissão da Covid-19.
Também preocupada com o trânsito de pessoas a prefeitura de Petrolina chegou a protocolar na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) o pedido de fechamento do aeroporto Senador Nilo Coelho, importante porta de entrada para o sertão nordestino, mas não obteve autorização. No entanto, devido à diminuição de demanda, o número de voos foi reduzido drasticamente.
Tanto em Juazeiro, quanto em Petrolina, comitês de saúde municipais têm sido os principais articuladores das estratégias de combate ao Novo Coronavírus. Em Juazeiro há o Comitê de Saúde do município e em Petrolina há o Comitê de Operações de Emergência em Saúde Pública – COE.
Ambas as prefeituras têm entregado kits de alimentação aos pais/responsáveis dos alunos da rede municipal de ensino enquanto as aulas estiverem suspensas. Para a população em geral, as duas prefeituras definiram que os restaurantes populares fornecerão alimentação, por meio de “quentinhas” em embalagens acondicionadas com talheres descartáveis, para serem levadas pelos assistidos. Petrolina também tem garantido kits alimentação para pessoas idosas em vulnerabilidade social pelos Centros de Convivência do Idoso (CCI).
Outra iniciativa das cidades foi a organização de abrigos para pessoas em situação de rua no intuito de evitar o contágio pelo Novo Coronavírus. Em Petrolina o Ginásio Osvaldo de Carvalho virou abrigo, em Juazeiro foi o Colégio Municipal Paulo VI. Outra medida importante ocorrida nas cidades é a higienização dos espaços públicos. Em Juazeiro, o Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE/Juazeiro) tem realizado a desinfecção de ruas e espaços públicos, com atenção grande aos bairros periféricos. A Prefeitura de Petrolina também tem promovido a higienização de locais públicos, a ação começou pelo centro da cidade e tem avançado aos poucos pelos bairros.
A Prefeitura de Petrolina tem, ainda, feito um esforço de cadastro de empresas que realizam serviço de delivery e um cadastro de entregadores. O cadastro das empresas fará parte de um catálogo online para acesso da população. Já o cadastro de entregadores está sendo disponibilizado para as empresas que fazem delivery de modo que elas possam entrar em contato com esses profissionais. Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo está aplicando formulário online aos empresários da cidade para tentar mapear os desafios a serem enfrentados e pensar com mais assertividade as medidas que devem ser adotadas. Ademais, Petrolina está preparando um hospital com 74 leitos intermediários, este está sendo montado nas instalações do hotel diocesano Monte Carmelo. As prefeituras de ambas as cidades têm mantido um discurso forte em relação à indicação de isolamento social da população, inclusive fazendo largo uso de mídias sociais e de propagandas na TV para se comunicar com a população.
Desafios enfrentados por Juazeiro e Petrolina e alinhamento com os respectivos governos estaduais
No caso de Juazeiro e Petrolina a coordenação para construção de políticas públicas de combate à pandemia de Covid-19 exige um nível complexo de costura política. Isso porque há necessidade de uma articulação intermunicipal e outra coordenação que envolve cada uma das cidades com seus respectivos governos estaduais.
O Governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), é favorável a política de isolamento defendida pelo Ministério da Saúde. Ou seja, em termos políticos o posicionamento da Prefeitura possui respaldo governamental. A mudança de partido do prefeito é muito recente, até então governador e prefeito estavam filiados ao mesmo partido, o que pode justificar o equilíbrio nas decisões. O decreto estadual que impõe o fechamento de serviços não essenciais (shoppings, salões de beleza e correlatos, clubes sociais, bares, restaurantes, lanchonetes e comércio de praia) foi promulgado em 21 de março que acompanha a medida municipal decretada em 18 de março. Na primeira semana de abril, o Estado determinou o fechamento de praias e parques de Recife, que reforça a linearidade entre Governo Estadual e Município. Isso porque em Petrolina a orla do Rio, tradicional espaço de caminhadas, exercícios e encontros e o acesso às ilhas, encontram-se fechadas à população desde 22 de março.
Em Juazeiro, a dinâmica com o governo estadual também é colaborativa. Embora recém filiado ao PT (antes PCdoB), prefeito e governador não possuem trajetória de discordâncias. Em 19 de março o Governo da Bahia decretou situação de emergência em todo território baiano, que incluiu suspensão de voos da capital para estados com números elevados da doença (RJ e SP), restrições no transporte terrestre intermunicipal, fechamento de escolas, suspensão de eventos com mais de 50 pessoas e novas normas de higienização de locais públicos, em especial de transporte, medidas essas também implementadas na cidade. Em relação ao transporte aéreo, o aeroporto que serve as duas cidades se localiza em Petrolina. Desde o fim de março os voos estão sendo reduzidos ao mínimo, por questões sanitárias.
Em relação à implementação das regras de isolamento social e combate a epidemia em Juazeiro e Petrolina as principais dificuldades decorrem da falta de fiscalização, de questões econômicas (pessoas que precisam trabalhar para se manter) e falta de apoio para um número significativo dos seus habitantes. Em relação à fiscalização, Juazeiro impôs uma multa entre R$ 133 a R$ 2.660 e os comerciantes correm o risco de ter o alvará de funcionamento cassado. No entanto, vários comércios, sobretudo familiares e localizados em bairros periféricos, continuam abertos ou operando de forma irregular (de portas fechadas). Em Petrolina o cenário é próximo, em especial nas zonas mais afastadas do centro. Nessa última não há multas, apenas fiscalização e orientação por parte da guarda municipal. Em relação a questões econômicas dados de 2009 do IBGE mostram que 41,7% dos habitantes de Juazeiro vivem com menos de ½ salário mínimo, estando 22% classificados como pobres e 8% extremamente pobres. Em Petrolina 38,8% da população vive com menos de ½ salário mínimo, sendo que 20% encontra-se em situação de pobreza e outros 7% vivem em situação de pobreza extrema. Ou seja, ambas cidades possuem um contingente significativo de pessoa vivendo em situações precárias e que dependem, sobretudo, do “dia-a-dia” para sobreviver.
Outra questão que deve ser considerada são os festejos municipais. Tanto Juazeiro como Petrolina destinam grande parte da sua arrecadação para realização do Carnaval (Juazeiro) e do São João (Petrolina). No caso de Juazeiro, a prefeitura está cancelando todas as festividades públicas dos meses de abril, maio e junho (festejos, feiras e eventos), uma vez que o carnaval já ocorreu. Petrolina, cuja maior festa ocorre em junho, o São João, já decretou adiamento, e possível cancelamento, do evento e declarou que o valor destinado a ele será realocado para o combate ao Covid-19. Isso significa a inserção de aproximadamente 6 milhões de reais no combate à pandemia. Na mesma direção, os governos estaduais das duas cidades também estão cancelando seus eventos.
Em relação ao comércio, a CDL, Sindlojas e Fiepe (entidades ligadas ao comércio, indústria e serviços) de Petrolina solicitaram que a prefeitura estabeleça um plano de reabertura gradual. Até então a prefeitura não se manifestou quanto a isso, mantendo o fechamento. Mas não se observa campanhas abertas dessas organizações contra o isolamento social. O SESC (Serviço Social do Comércio) da cidade, reduziu suas atividades ao mínimo e mantém uma postura de apoio ao prefeito. Inclusive trabalha na coleta de produtos de limpeza e alimentos não perecíveis para distribuição em bairros carentes. No setor alimentício observa-se campanhas de auxílio à população mais vulnerável. Um exemplo é a CODEVASF Petrolina que distribuiu mais de 1500 quilos de peixe para as duas cidades. Além disso, diversos produtores estão doando parte da sua produção. Em Juazeiro a situação é próxima. Nessa cidade o principal apoio vem da Agrovale, produtora de açúcar, etanol e bioeletricidade, que adaptou sua produção para fabricar álcool gel para rede de saúde das duas cidades. Adicionalmente, desde o dia 7 de abril a empresa cedeu sua pista de pouso/aterrissagem para que o avião da polícia possa diariamente recolher as amostras para exame de Covid-19 e levá-las a Salvador. Petrolina possui sua estrutura de análise em Recife e até o momento não se encontrou informação sobre a logística de transporte.
Na área educacional toda rede de educação infantil, ensino médio e fundamental, pública e privada, estão fechadas nas duas cidades. A diferença é percebida no ensino superior. Enquanto as instituições de ensino públicas estaduais e federais estão com suas aulas e maioria das atividades presenciais suspensas, as privadas já reestruturaram suas aulas para modelo EAD. Isso ocorre nas duas cidades. Aqui o destaque está na atuação da Universidade Federal do Vale do São Francisco, UNIVASF, maior universidade da região. Com um campus em cada cidade, a instituição direciona seus esforços ao combate da epidemia desde o início da crise. No dia 16 de março essa suspendeu as aulas e mantem presencialmente apenas atividades essenciais. Além disso, a UNIVASF administra um dos principais hospitais da região o HU (Hospital Universitário) que vem adaptando suas instalações para receber pacientes com Covid-19. Os centros religiosos, igrejas e templos, seguem a regulamentação de suas cidades e estados, estando fechados. Isso vale para as duas cidades.
Contaminação pelo Novo Coronavírus e dificuldades vividas no sistema de saúde
Até dia 13 de abril de 2020 Petrolina havia computado 4 casos positivos para a Covid-19, 1 deles já recuperado. Ainda havia 6 casos em investigação e 16 casos descartados. Já Juazeiro confirmou 5 casos, sendo dois já recuperados. Há também 19 casos descartados e 22 estão sendo analisados. Importante salientar que ambas as cidades estão encaminhando a feitura dos testes às capitais de seus respectivos estados, no caso de Juazeiro, Salvador e no caso de Petrolina, Recife.
Também chama a atenção que alguns casos suspeitos de origem em Petrolina estão sendo computados em Juazeiro, isso porque Juazeiro é a cidade que tem assumido a feitura da maioria dos testes, inclusive testes de moradores da cidade vizinha, através de envio ao Laboratório Central de Saúde Pública do estado da Bahia em Salvador.
A rede de saúde das duas cidades é bastante precária. Juazeiro tem 34 leitos de UTI e nenhum leito de UTI pediátrica, segundo os dados do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES-DATASUS). De acordo com o Ministério da Saúde, Juazeiro não está entre as cidades do estado da Bahia que tem suporte reservado para pacientes diagnosticados com Covid-19, mesmo com mais de 70 estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS (IBGE,2009). Petrolina tem uma situação um pouco mais positiva, com 78 estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS (IBGE, 2009), contudo a cidade tem apenas 9.4 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes, estando abaixo do mínimo recomendado. Em termos de estrutura, Petrolina possui 67 leitos de UTI adulta, sendo 41 do SUS e 83 ventiladores. Lembrando que o Polo-Juazeiro Petrolina corresponde a uma região com oito cidades e aproximadamente 690 mil pessoas, sendo 435.515 mil delas dependentes unicamente do SUS. As demais cidades do RIDE Juazeiro-Petrolina dependem dessas duas no que tange a tratamento médico especializado.
Afinal, o que se percebe quanto ao enfrentamento da Pandemia de Covid-19 nas cidades de Juazeiro e Petrolina?
As prefeituras de Juazeiro e Petrolina tem feito grande esforço para proteger a população e não permitir o alastramento do Novo Coronavírus na região. Ações que possuem respaldo por parte dos seus governos estaduais. O empreendimento de coordenação de políticas públicas protagonizado pelos prefeitos Paulo Bomfim e Miguel Coelho, e que vem mobilizando municípios e estados, tem sido importante e tem estado alinhado com as indicações da Organização Mundial de Saúde.
No entanto há forte preocupação dos gestores. O entendimento é que o sistema de saúde público local não suportará uma grande crise, ainda mais que essas cidades são referência no Polo Juazeiro-Petrolina, devendo lidar com a demanda de mais seis municípios para além dos seus habitantes. Cenário que se agrava quando considerada a escassez de recursos materiais, logísticos e humanos ao combate à doença. Adicionalmente, existe um fator agravante que é a distância dessas cidades de outras regiões metropolitanas mais estruturadas. Recife está a 750 km e Salvador 550 km e ambas capitais já apresentam indicativos de superlotação do seu sistema público de saúde. Isso pode significar, num futuro próximo, a impossibilidade de prestação de auxílio à região sertaneja.
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Referências
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1Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais.
2Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
3https://www.mdr.gov.br/auditoria/121-secretaria-nacional-de-programas-urbanos/6093-regiao-integrada-de-desenvolvimento-ride-petrolina-juazeiro
4Segundo PNUD Brasil IDHM entre 0.600 e 0.699 são considerados médios. Dados disponíveis em: https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-idhm.html
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